Evertton começou cedo. Aos 4 anos, já jogava no futsal no seu bairro, Santa Cruz, em Volta Redonda. E, aos 6, já conciliava com o futebol de campo, na escolinha do Roberto Dinamite, onde ficou até o Sub-13. Foi quando fez um teste no Voltaço e passou. Mas não era uma época fácil. Chegava a ir de bicicleta (levava 25 minutos da sua casa até o CT) ou com dinheiro emprestado que a mãe pegava. E ainda tinha que bancar o próprio material. Apesar das dificuldades, seus pais (Danielle e Paulo) sempre se viravam e faziam de tudo para que ele pudesse realizar o sonho de ser jogador. Ao chegar no Sub-15, um olheiro do Cruzeiro o levou para Belo Horizonte. Depois de quase um ano, acabou dispensado. Voltou ao Rio, mas para o Botafogo. De novo, depois de quase um ano, também foi dispensado. Depois dessa, já no Sub-17, desanimou. De novo no Volta Redonda, fez até curso de barbeiro e passou a cortar cabelo em casa e no CT. Cobrava de 10 a 15 reais, até para ter uma pequena renda e ajudar em casa também. Até bater uma luz e dizer pra ele mesmo que não podia desistir. Na preparação para a Copinha de 2022, virou a chave. Fez uma boa competição, se destacou e, em abril daquele ano, o Flamengo apareceu. Começava ali, já no Sub-20, a sua trajetória com a camisa rubro-negra. Fez um contrato de empréstimo de apenas 4 meses. Com boas atuações, titular da equipe, renovou até o fim de 2023, com o Flamengo comprando 30% de seu passe. Em 2023, estreou no time de cima em jogo da Taça Guanabara. No mesmo ano, sagrou-se campeão brasileiro Sub-20, numa ótima campanha, e o Flamengo exerceu a opção de compra definitiva. Em 2024, também jogou algumas partidas do Carioca, quando o clube fazia sua pré-temporada nos Estados Unidos. Até ser promovido de vez ao profissional. Interessante que, até ali, foi só recuando em campo. Começou de centroavante no Sub-13, passou a jogar na meia no Sub-15, já exercia a função de segundo volante no Sub-17, chegando ao Sub-20 como primeiro volante.